terça-feira, 29 de outubro de 2013

A Dama das Camélias - Alexandre Dumas Filho.

Essa obra é considerada um clássico da dramaturgia mundial, pois Alexandre
 tinha arte de compor as peças de teatro como o próprio nome dramaturgia diz. 
Teve sua estréia na metade do século XIX. 

A obra A Dama das Camélias conta a história de
 uma elegante cortesã da França em meados do século XIX 
que encanta Paris com sua beleza e suas artimanhas no amor
 e no sexo, e que sua vida e luxo era tudo sustentado pelos 
ricos progenitores da burguesia, as cortesãs eram a vaidade  das vitrines dos senhores.


Margarida e Armand vivem uma grande paixão impossível pela segregação social da sociedade burguesa classista. O pai de Armand convence a Dama das Camélias que aquela relação é uma ruína para a família e para o futuro do filho. A Dama comove-se. Num ato de nobreza incomum, renuncia a Armand. Pelo fato dessa meretriz ser sustentada pelos senhores  burgueses, isso talvez tenha conquistado tanto o público em geral.



O amor entre Alexandre Dumas Filho e Marie Duplessis foi sincero e intenso, apesar disso, 
o romance entre os dois não durou muito tempo. Em 1845, Dumas Filho escreve a Marie propondo o fim do relacionamento, o motivo segundo ele fica evidenciado através de um trecho da referida carta onde o romancista diz: “Minha Cara Marie, não sou rico o suficiente para amá-la como eu gostaria, nem pobre o suficiente 
para ser amado como você gostaria que eu fosse”.


 Após ser abandonada por Dumas Filho, Duplessis, já sofrendo de tuberculose, segue para a Inglaterra onde se casa convencionalmente com o Conde Èdouard de Perregaux. O casamento dura pouco tempo, infeliz e cada vez mais enferma, Duplessis volta para a capital francesa e para a antiga vida, até morrer, pobre e sozinha em 03 de fevereiro de 1847, com então vinte e três anos.


 Ao tomar conhecimento da morte da antiga paixão, 
Dumas Filho, que nessa época seguindo os passos do pai 
escrevia seus primeiros romances, inspirou-se em sua própria história
 de amor para escrever aquela que se tornou sua obra-prima; 
La Dame Aux Camélias.



Marguerite era o tipo de mulher que todos os homens adoravam. Os homens se apaixonavam pela bela mulher, mesmo tendo uma péssima reputação. Ela, ao contrário, simplesmente os usava. Armand como vários parisienses que tiveram contato com a cortesã, se apaixona por Marguerite, mas dessa vez ela corresponde ao seu amor, só que nada é fácil e eles enfrentam diversos obstáculos... 


Com o coração despedaçado, Margarida decide fingir que já não ama o rapaz. 
Este parte para longe. Mas para agravar ainda mais o drama, Margarida 
está tuberculosa em último grau e o seu estado piora a olhos vistos. 
No final da peça, o pai de Armando condói-se da rapariga e revela ao filho que ela se sacrificou por ele. Como seria previsível, Margarida morre nos braços de Armand
Uma obra clássica, num estilo romântico e melodramático  que nos revela uma
 das obras fundamentais do romantismo francês.

Tutora
Maria Rosa
"(͡๏̯͡๏)

HISTÓRIA mais tocante da LITERATURA * Romeu e Julieta


 

Romeu e Julieta 

é certamente a história de amor 

que vem à mente de todos quando falamos de

 casais da ficção. O amor infeliz de dois jovens

 de famílias inimigas. Conto atemporal…




Romeu e Julieta, escrito há mais de 400 anos, é uma das mais importantes 
obras de William Shakespeare, ao lado de Hamlet, e é, de suas peças, 
seguramente a mais encenada em toda história da humanidade. 
A peça narra uma tragédia, a história de amor entre
 dois jovens de famílias rivais, os Montecchio e os Capuleto. 


Imortalizada por William Shakespeare (1564-1616) em sua versão dramática escrita entre os anos de 1593-4, a tragédia protagonizada por Romeu e Julieta é uma das histórias de amor mais conhecidas de toda a cultura ocidental.

O enredo conta a trama do amor de dois jovens oriundos de famílias nobres, mas rivais. Para dar evasão a esse amor, afrontam as famílias casando-se escondido e enfrentam uma série de peripécias que culmina com a morte de ambos. Após a tragédia, as famílias, selam a paz entre si.

Graças à habilidade artística de Shakespeare, o tema tornou-se um marco Indelével no cânone.No entanto, a sua popularidade antecede a escritura da peça do bardo inglês, continuando de forma sólida o seu percurso nos séculos que a sucederam.

Segundo o crítico norte-americano Harold Bloom (2000), essa popularidade em caráter permanente se justifica pelo fato de que “a peça constitui a maior e mais convincentecelebração do amor romântico da literatura universal”. (BLOOM, 2000:127).
.

 O casal de apaixonados se conhecem durante um baile 
de máscaras dado pela família dos Capuletos.
Eles se encantam um com o outro e se apaixonam.



Mesmo sabendo que suas famílias
viviam em grandes conflitos,passam a se encontrarem
às escuras sempre que possível. 
Casam -se escondidos na igreja da cidade.

Um dia dois capuletos estavam conversando e chega Romeu com um amigo,eles discutem,brigam e Romeu acaba matando Tebaldo(primo de Julieta).A notícia logo se espalha pela cidade e o príncipe condena Romeu ao exílio. Os pais de Julieta querem que ela se casa com Páris,mas é claro que ela não concorda com a ideia,pois ama Romeu.Então resolve falar com o frei Lourenço,o mesmo quem a casou com seu amado.Frei Lourenço dá a ela um remédio que a fará dormir e todos pensariam que ela estivesse morta,mas o efeito só dura 24h ,logo ela o tomaria na noite anterior do dia do casamento.

Esse dia não demora muito e ela toma o remédio.quando sua 
ama foi acordá-la ela já estava gelada,parecia não respirar;
os batimentos de seu coração eram tão fracos que nem se
 percebia.A ama então contou para todos que se desesperaram
 ao saber da notícia. O padre pediu que preparassem tudo para
 o enterro da moça,pois nada poderia ser feito,ela estava mesmo morta.

Frei Lourenço escreve uma carta para Romeu contando tudo e lhe explicando com detalhes até a hora certa para que ele fosse salvar sua amada,mas infelizmente a carta não chega nas mãos dele.Então frei Lourenço resolve ele mesmo ir salvar a moça e esconde-a em um convento até que Romeu fosse pega-lá. Mas Romeu fica sabendo da morte da amada e resolve ir até lá e morrer ao seu lado.

Quando Romeu chega ao túmulo de sua amada esposa,Páris já estava lá e eles
 travam uma briga e Romeu o mata,em seguida se mata também ao
 lado de Julieta.O frei chega e tira a moça do túmulo,mas quando ela vê seu 
amado ali morto, resolve ficar e morrer com ele,pega a faca de Romeu e se mata.
Quando o príncipe e as duas famílias chegou,já era tarde,o frei lhes contou tudo.


As duas famílias muito magoadas com a morte dos únicos 
descendentes, resolvem se perdoarem e juram manter a paz em nome
 do amor de seus filhos - Romeu e Julieta.

                                                     "O AMOR VENCEU A MORTE"

                                                         
Tutora
Maria Rosa

Um olhar sobre as Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis


Ao verme que primeiro roeu 
as frias carnes do meu cadáver 
dedico com saudosa lembrança 
estas memórias póstumas
                                        Brás Cubas

Memórias póstumas de Brás Cubas se enquadra no gênero literário conhecido como sátira menipéia, no qual um morto se dirige aos vivos para criticar a sociedade humana. É exatamente o que faz o narrador, ao contar a história de sua vida após o próprio falecimento. A leitura do romance deve levar em conta a dupla condição do protagonista:
há o Brás vivo e o Brás morto.


Ao criar um narrador que resolve contar sua vida depois 
de morto, Machado de Assis muda radicalmente o panorama da 
literatura brasileira, além de expor de forma irônica os privilégios da 
elite da época.





O romance é a autobiografia 
de Brás Cubas, narrador-personagem
 (1ª pessoa) que, depois de morto, na condição de "defunto-autor", 
resolve escrever suas memórias. Por estar morto, Brás Cubas assume uma posição transtemporal, de quem vê a própria
 existência já de fora dela, "desse outro
 lado do mistério", de modo onisciente, descontínuo e sem a pressa dos vivos.




Brás Cubas é um homem rico e solteiro que, depois de morto, resolve se dedicar à tarefa de narrar sua própria vida. Dessa perspectiva, emite opiniões sem se preocupar com o julgamento que os vivos podem fazer dele. De sua infância, registra apenas o contato com um colega de escola, Quincas Borba, e o comportamento de menino endiabrado, que o fazia maltratar o escravo Prudêncio e atrapalhar os amores adúlteros de uma amiga da família, D. Eusébia. Da juventude, resgata o envolvimento com uma prostituta de luxo, Marcela.  
Depois de retornar de uma temporada de estudos na Europa, vive uma existência de moço rico, despreocupado e fútil. Conhece a filha de D. Eusébia, Eugênia, e a despreza por ser manca. Envolve-se com Virgília, uma namorada da juventude, agora casada com o político Lobo Neves. O adultério dura muitos anos e se desfaz de maneira fria. Brás ainda se aproxima de Nhã Loló, parenta de seu cunhado Cotrim, mas a morte da moça interrompe o projeto de casamento.  
Desse ponto até o fim da vida, Brás se dedica à carreira política, que exerce sem talento, e a ações beneficentes, que pratica sem nenhuma paixão. O balanço final, tão melancólico quanto a própria existência, arremata a narrativa de forma pessimista: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria”.

O Brás vivo é personagem da narrativa e vive uma existência marcada pelas futilidades sociais, pela volubilidade sentimental e pelo desprezo que manifesta pelos outros. O Brás morto é o narrador, que é capaz de expor sem nenhum pudor os próprios defeitos. Em primeiro lugar, porque já está morto e não pode mais ser atingido pela ira de seus contemporâneos. Em segundo, porque a condição em que está lhe dá a sabedoria necessária para perceber que seu modo de agir é semelhante ao de todos os seres humanos.  
A sociedade é caracterizada como o espaço do jogo entre aparência e essência, onde as pessoas interpretam papéis e fingem ser o que realmente não são. A impossibilidade de conhecer as profundezas da alma não impede o narrador de reconhecer a miséria moral da humanidade. 


Viveu diversas aventuras na adolescência, como seu namoro com a espanhola Marcela – mulher que adorava receber joias e outros presentes, tinha vários admiradores e que no final da obra teve um final trágico (primeiro ficou desfigurada por causa de um surto de Bexiga, e depois morreu magra e decrepita na maior miséria). No trecho abaixo veja um pouco da ironia do autor ao lembrar-se da amante:
Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos.
Pequena análise composicional

Narrador
A narração é feita em primeira pessoa e postumamente, ou seja, o narrador se autointitula um defunto-autor – um morto que resolveu escrever suas memórias. Assim, temos toda uma vida contada por alguém que não pertence mais ao mundo terrestre. Com esse procedimento, o narrador consegue ficar além de nosso julgamento terreno e, desse modo, pode contar as memórias da forma como melhor lhe convém. 

Foco Narrativo
Com a narração em primeira pessoa, a história é contada partindo de um relato do narrador-observador e protagonista, que conduz o leitor tendo em vista sua visão de mundo, seus sentimentos e o que pensa da vida. Dessa maneira, as memórias de Brás Cubas nos permitirão ter acesso aos bastidores da sociedade carioca do século XIX. 

Tempo
A obra é apoiada em dois tempos. Um é o tempo psicológico, do autor além-túmulo, que, desse modo, pode contar sua vida de maneira arbitrária, com digressões e manipulando os fatos à revelia, sem seguir uma ordem temporal linear. A morte, por exemplo, é contada antes do nascimento e dos fatos da vida.

No tempo cronológico, os acontecimentos obedecem a uma ordem lógica: infância, adolescência, ida para Coimbra, volta ao Brasil e morte. A estranheza da obra começa pelo título, que sugere as memórias narradas por um defunto. O próprio narrador, no início do livro, ressalta sua condição: trata-se de um defunto-autor, e não de um autor defunto. Isso consiste em afirmar seus méritos não como os de um grande escritor que morreu, mas de um morto que é capaz de escrever.

O pacto de verossimilhança sofre um choque aqui, pois os leitores da época, acostumados com a linearidade das obras (início, meio e fim), veem-se obrigados a situar-se nessa incomum situação.

Não-realizações
Publicado em 1881, o livro aborda as experiências de um filho abastado da elite brasileira do século XIX, Brás Cubas. Começa pela sua morte, descreve a cena do enterro, dos delírios antes de morrer, até retornar a sua infância, quando a narrativa segue de forma mais ou menos linear – interrompida apenas por comentários digressivos do narrador. 

O romance não apresenta grandes feitos, não há um acontecimento significativo que se realize por completo. A obra termina, nas palavras do narrador, com um capítulo só de negativas. Brás Cubas não se casa; não consegue concluir o emplasto, medicamento que imaginara criar para conquistar a glória na sociedade; acaba se tornando deputado, mas seu desempenho é medíocre; e não tem filhos.

A força da obra está justamente nessas não-realizações, nesses detalhes. Os leitores ficam sempre à espera do desenlace que a narrativa parece prometer. Ao fim, o que permanece é o vazio da existência do protagonista. É preciso ficar atento para a maneira como os fatos são narrados. Tudo está mediado pela posição de classe do narrador, por sua ideologia. Assim, esse romance poderia ser conceituado como a história dos caprichos da elite brasileira do século XIX e seus desdobramentos, contexto do qual Brás Cubas é, metonimicamente, um representante.


"Memórias Póstumas de Brás Cubas" é uma obra que revolucionou o romance brasileiro. De cunho realista, mas sem ter as características da crítica agressiva de outros escritores do Realismo (como Eça de Queirós em Portugal), a força da obra de Machado de Assis está na crítica sutil e na grande inteligência do autor. Ao contrário do já citado escritor português Eça de Queirós, que batia de frente com a burguesia, em Memórias Póstumas a crítica é feita focando a burguesia por dentro, ou seja, o escritor parte de um ponto de vista mais psicológico. Através disso, consegue-se fazer um combate ao Romantismo em sua essência através de personagens verossímeis que cabe ao leitor julgar e colocando-se em reflexão, por exemplo, a questão da ociosidade burguesa.

Machado de Assis, nesta obra, revolucionou o formato do romance através da subversão de padrões do Romantismo. Se no romance é de praxe escrever uma dedicatória, por exemplo, ele o faz a um verme; ao verme que o corroeu. Outro ponto que pode ser citado como exemplo é a quantidade de capítulos do livro. Se era comum ter cerca de trinta capítulos em um romance, Machado de Assis faz um livro que ultrapassa cem capítulos. Porém, alguns deles são extremamente curtos ou são vazios. O aluno deve, então, ficar atento a estes aspectos formais e em como se faz uma crítica social na obra.

Machado de Assis é, sem dúvida, um dos maiores
 nomes da literatura brasileira. Seus contos e livros lhe renderam
 grande fama ainda em vida, mas talvez nós ainda não tenhamos uma
 verdadeira dimensão da profundidade do seu 
trabalho e de seu pensamento.


Tutora
Maria Rosa

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Hamlet - Shakespeare


Que tua alma não conceba nada contra tua mãe; ao céu a
entrega, e aos espinhos que o peito lhe compungem.

(SHAKESPEARE)
Não é nada fácil escrever sobre William Shakespeare, é considerado um dos mais importantes dramaturgos e escritores de todos os tempos. Seus textos literários são verdadeiras obras de arte e permaneceram vivas até os dias de hoje, quando trata das contradições da natureza humana
A maioria dos estudiosos de Shakespeare consideram 
que a peça veio a lume em fins de:

1600 e início de 1601

Hamlet mortalizada pelo seu caráter dramático e trágico e pela magnífica 
representação do "espírito do seu tempo". 
A peça se passa na Dinamarca, no século XVII. 
O enredo se trata dos conflitos em que o Príncipe Hamlet enfrenta com a  
morte de seu pai, o Rei Hamlet, que posteriormente ele descobre que 
foi assassinado pelo seu tio, irmão do seu pai.  O Rei aparece sob a forma 
de um fantasma e revela a verdade para Hamlet ,que apedido do seu pai
 jura vingança ao seu tio, que além de assumir o trono desposou 
sua mãe, a Rainha. 

História de um príncipe, que seu pai, o rei, morreu. Quem se tornou rei foi o seu tio, que se casou com sua mãe (pois é né, tudo enrolado). Ele fica revoltado pois não se passa nem um mês, e a mãe dele já está com outro. Então... ele recebe a visitinha do espírito do pai, e depois disso ele vai querer vingança para o  pai, que ele descobre quem é que matou. Mas aí vem o dilema, ser ou não ser, ser uma pessoa violenta e resolver as coisas da pior forma, ou não ser isso, e resolver por conciliação, e saber conversar, sem ter que usar a força bruta e a violência.

 Este é um grande clássico, pois marcou foi lançado bem no fim da era medieval, iniciando a era moderna. William Shakespeare, foi um grande escritor, e o livro Hamlet tem várias edições lançadas, e a editora Farol lançou na forma de HQ (inclusive, é bem legal)... Eu achei bem legal, pois mudou bastante, não estou acostumado a ler HQs. Mas até que foi uma experiência bem legal. No início você não consegue distinguir quem é quem direito, mas depois você vai lendo e distingue pessoa por pessoa.
 É bem legal pois muda o conceito de leitura... E sabe, é um livro rápido, mas que é legal de ler. As falas tem uma escrita bem... legal! A escrita é bem formal, e é neste livro que tem uma das frases mais famosas da literatura:
 “Ser ou não ser, eis a questão”
Certamente, a frase mais famosa de toda a literatura. A obra em que ela aparece é considerada a mais importante e profunda de William Shakespeare: Hamlet constitui o constitui o grande marco artístico do início da modernidade. Nesta versão, recontada em HQ pelo roteiro de Bruno SR e pelos desenhos de Sam Hart, a história ganha uma essência. Leitura indispensável aos jovens de dimensão especial, sem perder a densidade e a todas as idades.
A obra se tornou universal pelos questionamentos que traz sobre várias 
questões morais, sociais, políticas, como a busca pelo poder, traição, 
intrigas, vingança, esta sobressaindo-se das demais.

   O célebre monólogo de Hamlet e o inesquecível questionamento "Ser ou não ser" é um elemento chave para entender os dilemas morais de cada uma das personagens

Tutora
Maria Rosa 
"(͡๏̯͡๏)

ARTE DE AMAR- Ovídio Nasão


 Lançar-se à conquista amorosa é tarefa que cabe 
aos homens de coragem, ensinava o poeta Ovídio,em Arte de Amar.
Escrito há mais de dois mil anos, é ainda hoje uma cartilha 
pronta a usar para sedutores sedutoras hábeis no fingimento. 
Para este poeta do século I a.C. que "brinca ao amor", o casamento é apenas 
um contrato e a infidelidade é regra.
                                       
                                   O amor ensina-se? 

Há mais de dois mil anos, Ovídio achava que sim. Escreveu um manual para sedutores e sedutoras infiéis no casamento mas fieis ao hedonismo:"Arte de Amar". 
Embora a obra em questão seja um retrato de sua época, ela também apresenta inúmeros aspectos do relacionamento amoroso que ainda são válidos atualmente. 



'Arte de amar' é um título que procura seduzir por sua simplicidade e inquieta por sua ingenuidade. 
Pode-se perguntar se é necessário, útil ou conveniente ensinar esta arte, que parece evidente, fazendo parte dessas coisas tão compartilhadas e tão comuns a todos sem que seja preciso ensiná-las. 
Mas Ovídio busca não ensinar o sentimento, mas a habilidade; não o amor, mas a sedução. 
Reconcilia os dois sexos e dá à mulher sua participação e 
sua iniciativa neste jogo do qual séculos de 
'civilização' a excluíram.

O tema do amor foi abordado por diversos pensadores, desde a Antiguidade Clássica. Ovídio Nasão foi um importante escritor romano, o qual viveu entre a segunda metade do I século a.C e do século I d.C, além de ser contemporâneo a ilustres personagens da História de Roma, como o “príncips” Augusto e o poeta latino Virgílio. 


Pode-se perguntar se é necessário, útil ou conveniente ensinar esta arte, que parece evidente, fazendo parte dessas coisas tão compartilhadas e tão comuns 
a todos sem que seja preciso ensiná-las. 
Mas Ovídio não ensina o sentimento, mas a habilidade;não o amor, 
mas a sedução. Reconcilia os dois sexos e dá à mulher sua participação e sua iniciativa neste jogo sério e leviano do qual séculos de "civilização" a excluíram. 

"Muitas mulheres adoram o ilusório . Odeiam a avidez excessiva. Portanto  banque o difícil, Impeça o tédio de aumentar, e não deixe que suas súplicas soem  confiantes demais da posse. Insinue sexo  Camuflado de amizade. Já vi criaturas teimosíssimas Enganadas com este gambito, a troca de companheiro por garanhão."Ovídio
            
O livro é composto por três partes:
  • A primeira relata a arte de amar, ou seja, o amor é o que seduz, o que encanta a tudo e a todos.
  • A segunda fala de remédios do amor "o mesmo que ensinou a amar, vos ensinará como curar um amor que lhe trouxe decepções, veneno e antídoto".
  • A terceira mostra os cuidados que a mulher deve ter para manter a sua beleza tanto exterior, utilizando os produtos de beleza e, interior, principalmente da alma.

 Ao ler o livro, no processo de sedução, o homem é o caçador e a mulher é a presa. De tal forma que a mulher do século XXI se arrepia. 
Tudo é feito na lógica do homem. Mas depois, surpreende. 
Os conselhos que dá que têm a ver com uma certa igualdade na busca do prazer. 
No final do livro II, ele diz ao homem: "avançai para a meta ao mesmo tempo."
 E acrescenta que nada há melhor que homem e mulher terminarem estendidos e 
entorpecidos um ao lado do outro, por terem alcançado o prazer simultâneo. 
Esta teoria do orgasmo simultâneo surpreende. 
É a primeira vez que vejo alguém na antiguidade clássica preocupado com o prazer da mulher. 


A obra  Arte de Amar é um livro de ensinamentos que visava capacitar aos homens conquistar e a manter a sua amada, como também explicar a mulher como se fazer amar, por seu pretendente. Ovídio apresenta-se como um autor singular, em sua escrita poética na medida em que reivindica um prazer igualmente partilhado entre homem e mulher no que tange ao ato sexual. Ele ignorou o tabu social existente na cultura romana, que via o gênero feminino numa posição apenas de receber o prazer, de subserviência e da inferioridade. 


Se gostas de caçar,
 é sobretudo nos anfiteatros
que a caça é abundante.
Oferecem-te os teatros
muito mais do que possas desejar.
Aí encontrarás
desde o divertimento inconsequente
à mulher a quem amas realmente,
desde a amada que desejas conservar
àquela a quem apalpas fugazmente.
Ovídio


Observa-se que a compilação de conselhos acerca da arte de sedução e conquista permanece, em muitos aspectos, inalterada até os dias de hoje. Finalmente, a dimensão feminina talvez seja um dos mais curiosos aspectos presentes na obra de Ovídio, pois ele, contrariamente aos padrões vigentes na Roma da época, apresentou a mulher num patamar superior, como um agente  onipotente na arte de amar..Segundo ele, o amor não escolhe a pessoa, nem hora, nem lugar, ele chega e nos pega, e nos faz escravos.

"Enquanto ainda és livre e vais onde queres com 
rédea soltaescolhe aquela a quem possas dizer: 
“Só tu me agradas”. 
Todavia, ela não cairá nas tuas mãos, como trazida do céu por uma brisa,
 terás que buscar a mulher que encantará seus olhos."


O autor recomenda que, quem ainda não amou, que faça
 a leitura dessa obra maravilhosa 
" Arte de Amar".

 Uma das coisas que acho mais legais em ler textos antigos é perceber sua dose de
 atualidade. As pessoas de antigamente podem parecer épicas ou bárbaras, mas somos exatamente iguais a elas. A alma humana é a mesma: queremos conforto, 
temos dúvidas existenciais, preocupamo-nos com as pessoas próximas, 
refletimos sobre a vida e nos questionamos sobre o que vem depois. 
E, claro, nos preocupamos em saber com quem poderemos passar momentos
 românticos e agradáveis.

Tutora
Maria Rosa