LITERATURA NA FORMAÇÃO DO LEITOR
"Quem me dera fossem minhas palavras escritas.
Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro
e com chumbo.Para sempre fossem esculpidas na rocha!
(Jó 19:23/24)
O que é ...o que é...
Leitura? Leitor? Literatura?
“As coisas que a literatura pode buscar e ensinar são poucas, mas
insubstituíveis: a maneira de olhar o próximo e a si próprio, de
relacionar fatos pessoais e fatos gerais (...); a literatura pode ensinar a
dureza, a piedade, a tristeza, a ironia, o humor e muitas outras coisas
assim necessárias e difíceis.” (Italo Calvino)
Literatura é arte, poesia, cultura, sonho, realidade...
É o desafio de transformar o comum em belo e tornar
o inatingível em atingível.
O autor Antônio
Cândido denomina literatura de forma simples e total. - Ele a vê como
manifestação universal de todos os homens em todos os tempos.
Chamarei de
literatura de maneira mais ampla possível, todas as criações de toque poético,
ficcional ou dramático em todos os níveis de uma sociedade; em todos os tipos
de cultura, desde o que chamamos de folclore, lenda, chiste, e até as formas
mais complexas e difíceis da produção escrita das grandes civilizações. (CANDIDO,p,112,
1989)
LEITURA
Gostar de Ler, ter prazer com a leitura, entregar-se a uma viagem pelos livros... são expressões que nos inspiram sentimentos semelhantes. Fazem pensar que a leitura é um processo que depende apenas de uma vontade inicial ou uma experiência vivida de forma livre, espontânea, que, para acontecer, precisa apenas de dois elementos: o livro e o leitor.
“A tarefa de formar leitores supõe um trabalho permanente que supera
o circunstancial e implica num acompanhamento contínuo.
Um trabalho que requer a definição de objetivos, o planejamento
deestratégias, a avaliação permanente das ações, a revisão
contínua dos objetivos iniciais, seja para reafirmá-los ou para
ajustá-los à realidade e assim concretizar novas estratégias
necessárias para a consecução das metas traçadas”.
deestratégias, a avaliação permanente das ações, a revisão
contínua dos objetivos iniciais, seja para reafirmá-los ou para
ajustá-los à realidade e assim concretizar novas estratégias
necessárias para a consecução das metas traçadas”.
O próprio ato da leitura consiste em aprender a perguntar. Lendo,
estamos automaticamente perguntando a nós mesmos, ao livro,
à linguagem, à cultura, a tudo e a todos, estamos formulando
perguntas que nem sempre temos ocasião de fazer, que nem
sempre temos consciência de que precisamos fazer.
(Elogio da leitura)
Como se tornar um leitor? Só lendo!
Essa estimulação deve partir sempre da valorização do conhecimento de mundo que as crianças têm. Numa sala heterogenia, há que se esperar todos os tipos de
situações que o aluno traz. Essas situações devem ser valorizadas para
que ele possa construir significado. Caso contrário, incorremos no
erro de perder tempo passando informações que, para
eles, não têm valor nenhum. Construir significado deve ser o
objetivo de uma aula de leitura.
Com certeza, essa aula vai ter um gosto de
“quero mais”.
A leitura é a base de toda educação e uma habilidade importante para o desenvolvimento pessoal e profissional. Além de aumentar seu conhecimento, a leitura fortalece suas habilidades em gramática e alarga seu vocabulário. Mas, muitas vezes, ler pode ser algo difícil e cansativo, transformando-se até mesmo em frustração. As habilidades de uma pessoa na leitura, como a compreensão e velocidade, são diretamente relacionadas aos seus hábitos de leitura. Alguém que costuma ler raramente não terá facilidade em leituras mais complexas e que exigem maior concentração.
Propósitos para uma boa Leitura
CONCEPÇÕES DE LEITURA E O DESAFIO DE SER LEITOR
Há três concepções de leitura:
A leitura é entendida como processo de decifração da escrita. Ler é identificar sinais gráficos, o som e o sentido. Nesta concepção, a leitura é a decifração da escrita. MARTINS (1982, p.9) a define “ como um gesto mecânico de decifrar sinais.
A leitura é vista como um processo de interpretação. É um fenômeno social. Ler é interpretar com os próprios olhos, a partir de uma perspectiva e da experiência pessoal.
Literatura na Formação do Leitor
Segundo Sonia Kramer, é
importante observar a distinção entre vivência e experiência: na vivência, há
mera reação aos choques da vida cotidiana, a ação se esgota no momento de sua
realização (por isso é finita); na experiência, o que é vivido é pensado,
narrado, a ação é contada a um outro, compartilhada, se tornando infinita. Esse
caráter histórico, de ir além do tempo vivido e de ser coletivo, constitui a
experiência. Mas o que significa entender a leitura e a escrita como
experiência? (…) Quando penso na leitura como experiência (…) refiro-me a
momentos em que fazemos comentários sobre livros ou revistas que lemos,
trocando, negando, elogiando ou criticando. O que faz da leitura uma
experiência é entrar nessa corrente onde a leitura é partilhada. Leitura deve
ser acompanhada de prazer.
No Brasil, ocorrem problemas no
que se refere à constituição de sujeitos leitores. O hábito e o prazer de ler
estariam, desta forma, sofrendo sérias restrições.
Formamos leitores ou eles se formam?
O desenvolvimento do gosto/prazer pela leitura, visando à
formação integral do leitor, tornou-se um constante desafio, difícil de
superarmos em função, sobretudo, de práticas de leitura desiguais, no que diz
respeito ao acesso e às formas de se conceber e de se produzir a leitura.
Saber ler não é suficiente para transformar uma nação.
É preciso ler mais.
E leitores são formados, basicamente, com literatura. Isso porque a literatura é a palavra expressa em arte, alimento essencial do imaginário.”
É preciso ler mais.
E leitores são formados, basicamente, com literatura. Isso porque a literatura é a palavra expressa em arte, alimento essencial do imaginário.”
Para formarmos leitores, precisamos ter prazer; o prazer da audição, de se encontrar consigo mesmo, de ser ator e espectador, mesmo que ela ainda não saiba ler. Daniel Pennac, em seu livro Como Um Romance, revela-nos os dez direitos imprescritíveis de um leitor:
1. O direito de não ler.
2. O direito de pular páginas.
3. O direito de não terminar um livro.
4. O direito de reler.
5. O direito de ler qualquer coisa.
6. O direito ao bovarismo (doença textualmente transmissível).
7. O direito de ler em qualquer lugar.
8. O direito de ler uma frase aqui e outra ali.
9. O direito de ler em voz alta
10. O direito de calar.
É importante que esses direitos estejam incorporados às práticas cotidianas do leitor, propiciando-lhe informações culturais e oportunidade de se apaixonar pelas leituras e pelos livros, dando alimento à sua imaginação. Proporcionando o máximo de conforto e liberdade, pretende-se despertar o desejo e o prazer de ser um verdadeiro leitor.
Portanto, no processo de formação
de leitores, estes SE FORMAM,
a partir de sua realidade local, do papel
fundamental
desempenhado pelo contexto e pelas experiências
prévias na
constituição do leitor
Não compete à escola didatizar a leitura, quando empreende a tarefa de formação de leitores, também não lhe deve competir a de pedagogizar o texto literário, muito menos a de encerrá-lo apenas nos muros dos livros didáticos. Em outras palavras, livros à mão cheia é o que a escola precisa cultivar, e deixar que os leitores, por meio de sua criatividade e disponibilidade, façam as suas escolhas!
Fechado, um livro é literal e
geometricamente um volume,
uma coisa entre
outras. Quando um livro é aberto e
se encontra com o seu leitor, então ocorre o fato
estético. Deve-se acrescentar que um mesmo
livro muda em relação a um mesmo leitor,
se encontra com o seu leitor, então ocorre o fato
estético. Deve-se acrescentar que um mesmo
livro muda em relação a um mesmo leitor,
já que
mudamos tanto.
Grande parte das crianças e dos jovens só tem acesso a livros de literatura quando ingressa na escola. Cabe, então, a esses espaços de leitura a promoção de condições que possibilitem o contato pleno com os livros, preparando o caminho para a leitura literária que se quer ampliada a cada ano da escolaridade. Sabe-se que essa preparação é fundamental para o prosseguimento do gosto pela leitura literária nos anos seguintes ao da formação inicial
Cabe a nós, estarmos conscientes da importância da Literatura, é nosso papel de amparar, reerguer, reavivar os sentimentos, valores e atitudes que poderão renovar a confiança em dias melhores.Várias são as formas de reconduzir o barco da Literatura na direção do sucesso da aventura humana, uma delas é lançando um olhar mais atento às grandes histórias e seus ensinamentos com maior competência.
Cabe a nós, estarmos conscientes da importância da Literatura, é nosso papel de amparar, reerguer, reavivar os sentimentos, valores e atitudes que poderão renovar a confiança em dias melhores.Várias são as formas de reconduzir o barco da Literatura na direção do sucesso da aventura humana, uma delas é lançando um olhar mais atento às grandes histórias e seus ensinamentos com maior competência.
O gosta pela leitura
vem de um processo que se inicia no lar.
Mesmo antes da aprendizagem da leitura, a criança
aprecia o valor sonoro das palavras.
Aprende a Gostar
Mesmo antes da aprendizagem da leitura, a criança
aprecia o valor sonoro das palavras.
Aprende a Gostar
Segundo Paulo Freire (1981), o
ato de ler é importante, pois demonstra uma maneira particular de ler o mundo.
A maneira como enxergamos o mundo se modifica quando adquirimos o hábito da
leitura, pois a leitura verdadeira é a que relê a realidade, ou seja, revela
uma visão crítica sobre o mundo. A leitura do mundo não surge com a prática de
leitura de textos, a leitura do mundo como dizia Paulo Freire (1981) antecede a
leitura da palavra. Assim, antes mesmo de alguém ler uma palavra, já existe uma
leitura de mundo que irá basear a leitura da palavra.
Já disse Orlandi (1996) citando Rimbaud “que todo texto pode
significar tudo, há uma determinação histórica que faz com que só alguns
sentidos sejam 'lidos' e outros não”. Com isso, podemos entender que
essa determinação histórica é a cultura que transforma nossos olhos em
grandes lentes no qual enxergamos o mundo.
Para amar um livro e a leitura é necessário que aquela leitura “toque” o leitor em algum momento, para isso ocorrer deve fazer relação com sua vida. O leitor só passará a se apaixonar pelos livros a partir do momento que isso lhe suscitar emoções, ou seja, uma leitura sem sentido, somente para realização de provas não forma leitores.
.
.
A melhor maneira de começar a sonhar é por meio dos livros...
Leitores e Literatura na Escola
Como pensar
as relações entre literatura e escola em tempos como os nossos?
É possível (e
mais: é desejável) potencializar a
literatura na formação de crianças
e jovens,
pela via educacional?
Que mudanças são necessárias?
O que sabemos,
podemos e queremos em
relação às práticas escolares
atinentes à
literatura?
Qual o papel da literatura na educação e, particularmente, na
escola?
Nas últimas quatro décadas, tem havido intensa discussão sobre
literatura e educação e uma crítica ferrenha às práticas escolares de
(não)leituras literárias.
Ao contrário do ensino de língua — que, aos poucos,
vai se renovando —, a literatura na escola resiste às mudanças e se vê relegada
a lugar secundário e sem força na formação das crianças, dos adolescentes e dos
jovens. O que se ensinaria se de fato se “ensinasse literatura”?
O que se
ensina hoje na escola quando se ensina literatura, tendo como premissa que,
quando dizemos “literatura”, estamos pensando no texto literário e não em outra
coisa —
Como virar um leitor
Não existe um
caminho único para se tornar um leitor literário. Você pode começar
por textos
simples do ponto de vista linguístico e depois passar para os
mais complexos - ou iniciar por temas próximos e partir
para os mais distantes. "E há os
que preferem os
grandes desafios desde o princípio porque sabem
que eles têm
algo a oferecer,nem que
seja a estranheza",
Um bom caminho
para alavancar o gosto pelos livros é procurar uma comunidade de leitores
(podem ser os professores da escola, os amigos, os parentes - o importante é
encontrar gente que goste de ler). Ao compartilhar as impressões sobre uma
leitura passamos a saber os significados que a obra tem para os outros, o que
enriquece nosso repertório". Outra vantagem desse diálogo permanente é a
troca de indicações de textos e autores.
O leitor literário lê por
razões variadas: rir, refletir, investigar,
relembrar, chorar e até sentir
medo.
Lê porque mergulha no que autores e personagens pensam e sentem -
no
passado, presente ou futuro, em lugares distantes ou que nem sequer existem.
Lê
porque as narrativas literárias o ajudam a refletir sobre a vida e a
construir
significados para ela.
Um bom leitor para mim é aquele que não se preocupa com quantidade (...) Ele apenas lê e lê por prazer, porque gosta do hábito da leitura, e nunca por obrigação.
LEITOR, LEITURA E ESCOLA:
CONCEPÇÕES DE MEDIADORES DE LEITURA
O espaço escolar não deve ser considerado sozinho como responsável pela formação do leitor, tampouco como único lugar onde haja uma mediação de leitura estimulante, visto que essa mediação pode e deve ser exercida em outros espaços, como o familiar, eclesiástico, empresarial, entre outros. Contudo, ainda se percebe a importância e responsabilidade da escola na formação de leitores, em especial daqueles que não possuem outros modelos de leitura adequados, como os alunos provenientes das classes socioeconomicamente menos favorecidas.
Acredita-se que “a escola, pelo menos nas últimas
décadas e para grande parte da população brasileira,
tem-se constituído na principal via de acesso
à leitura e à escrita (...)”.
A literatura infantil, segundo a teoria da literatura, realiza a função formadora
do leitor crítico, já que essas obras apresentam qualidade literária,
e que a partir dessa literatura o leitor vai tomar consciência
do que é real ou imaginário, e a partir dessa consciência,
ele vai perceber todas as possibilidades
existentes em um texto literário
De acordo com
Bamberguerd (2000) a criança que lê com maior desenvoltura se interessa pela
leitura e aprende mais facilmente, neste sentido, a criança interessada em
aprender se transforma num leitor capaz. Sendo assim, pode-se dizer que a
capacidade de ler está intimamente ligada a motivação. Infelizmente são poucos
os pais que se dedicam efetivamente em estimular esta capacidade nos seus
filhos. Outro fator que contribui positivamente em relação à leitura é a
influência do professor. Nesta perspectiva, cabe ao professor desempenhar um
importante papel: o de ensinar a criança a ler e a gostar de ler..
A convivência da
criança com a literatura faz com que seja desde muito cedo adquirido o gosto ou
pelo menos o interesse da criança para com a literatura e que com esse
despertar surja desde criança um leitor e não um mero reprodutor de textos
literários.
A literatura abre possibilidades para a criança ir se constituindo, ao mesmo tempo, alfabetizada e leitora uma vez que respeitando a idade, o ritmo e o nível de
aceitação da obra, considerando sua história individual, a criança mais
cedo ou tarde fará sua ligação do cotidiano e suas inferências.
O mais importante é o professor estar bem preparado para ser o mediador entre o leitor e o livro literário. É preciso mostrar para o seu aluno o quanto é importante que após a leitura de qualquer texto que seja, que ele tenha uma opinião formada.
A participação da família se torna
importantíssima na formação desse leitor, a participação do pai ou mãe
juntamente com a escola fortalece muito mais essa interação, deixando a criança
encorajada, de forma que ao ler determinado texto a sua opinião seja ouvida,
que não é apenas o professor que tem a resposta certa e sim que ao ler, ele também
terá sua opinião válida.
Portanto, o professor tem que ser o mediador dessa
formação do leitor
literário, que carrega uma obrigação de estar sempre
pesquisando
e principalmente lendo, pois com isso, ele passará aos seus
alunos
e futuros leitores a percepção
de que ler é uma coisa boa e não apenas
uma
obrigação escolar.
Um leitor competente é alguém que, por iniciativa própria, é capaz de selecionar, dentre os trechos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a uma necessidade sua. Que consegue utilizar estratégias de leitura adequada para abordá-los de forma a atender a essa necessidade.
Ainda acabo fazendo livros onde
nossas crianças possam morar.
(Monteiro Lobato)
Óculos de leitura: A literatura e os leitores jovens
A literatura, quaisquer que sejam os públicos leitores – crianças, jovens ou adultos –, deve ser estudada ao lado de outras produções culturais. Apresente aos alunos os estilos literários de poetas, romancistas, contistas, cronistas e mostre-lhes os circuitos de circulação de seus poemas , romances, contos, crônicas, quem sabe usando, além dos livros didáticos, jornais, revistas (impressos e digitais), filmes e outros meios audiovisuais que, em dobradinha com os livros, levem à apropriação dos textos literários.
A literatura é movida por saberes, contratos, pactos que se manifestam na vida social e é por meio deles que ela circula e se sustenta. Viver, por exemplo, em um bairro com biblioteca, livraria ou mesmo banca de jornais já faz diferença para os leitores e os caminhos que podem percorrer. Compreender classificações de gênero, reconhecer hierarquias de valores das obras, participar de circuitos de circulação dos livros, entre tantos outros aspectos que se ligam à vida da literatura, são também habilidades que se aprendem na escola.
O “crescimento” dos leitores não
corresponde exatamente à faixa etária, mas ampliação de repertórios de
leitura literária construídos desde a infância, passando pela adolescência
e chegando à juventude, de acordo com interesses múltiplos que abrangem os
formais, os de gêneros, os de temáticas preferidas, sem rupturas nitidamente
demarcadas que separariam essas fases da vida em etapas estanques.
É ainda possível chorar sobre as páginas
de um livro, mas não se pode derramar lágrimas
sobre um disco rígido."
- José Saramago -
Ler é conhecer lugares que nunca esteve, é viver coisas do passado ou mesmo
vislumbrar junto com personagens um futuro. Lembrem-se, o aprendizado da
leitura é um processo infinito que é configurado pelo contato com livros.
A prática da leitura faz do leitor buscar cada vez mais
complexidade para o crescimento de nossa capacidade de
interpretação e abstração. Na leitura identificamos
personagens, lugares e diversas estórias.
Tutora
Maria Rosa
O leitor literário lê por
razões variadas: rir, refletir, investigar,
relembrar, chorar e até sentir
medo.
Lê porque mergulha no que autores e personagens pensam e sentem -
no
passado, presente ou futuro, em lugares distantes ou que nem sequer existem.
Lê
porque as narrativas literárias o ajudam a refletir sobre a vida e a
construir
significados para ela.
Um bom leitor para mim é aquele que não se preocupa com quantidade (...) Ele apenas lê e lê por prazer, porque gosta do hábito da leitura, e nunca por obrigação.
LEITOR, LEITURA E ESCOLA:
CONCEPÇÕES DE MEDIADORES DE LEITURA
CONCEPÇÕES DE MEDIADORES DE LEITURA
O espaço escolar não deve ser considerado sozinho como responsável pela formação do leitor, tampouco como único lugar onde haja uma mediação de leitura estimulante, visto que essa mediação pode e deve ser exercida em outros espaços, como o familiar, eclesiástico, empresarial, entre outros. Contudo, ainda se percebe a importância e responsabilidade da escola na formação de leitores, em especial daqueles que não possuem outros modelos de leitura adequados, como os alunos provenientes das classes socioeconomicamente menos favorecidas.
Acredita-se que “a escola, pelo menos nas últimas
décadas e para grande parte da população brasileira,
tem-se constituído na principal via de acesso
à leitura e à escrita (...)”.
A literatura infantil, segundo a teoria da literatura, realiza a função formadora
A literatura infantil, segundo a teoria da literatura, realiza a função formadora
do leitor crítico, já que essas obras apresentam qualidade literária,
e que a partir dessa literatura o leitor vai tomar consciência
do que é real ou imaginário, e a partir dessa consciência,
ele vai perceber todas as possibilidades
existentes em um texto literário
De acordo com
Bamberguerd (2000) a criança que lê com maior desenvoltura se interessa pela
leitura e aprende mais facilmente, neste sentido, a criança interessada em
aprender se transforma num leitor capaz. Sendo assim, pode-se dizer que a
capacidade de ler está intimamente ligada a motivação. Infelizmente são poucos
os pais que se dedicam efetivamente em estimular esta capacidade nos seus
filhos. Outro fator que contribui positivamente em relação à leitura é a
influência do professor. Nesta perspectiva, cabe ao professor desempenhar um
importante papel: o de ensinar a criança a ler e a gostar de ler..
A convivência da
criança com a literatura faz com que seja desde muito cedo adquirido o gosto ou
pelo menos o interesse da criança para com a literatura e que com esse
despertar surja desde criança um leitor e não um mero reprodutor de textos
literários.
A literatura abre possibilidades para a criança ir se constituindo, ao mesmo tempo, alfabetizada e leitora uma vez que respeitando a idade, o ritmo e o nível de
aceitação da obra, considerando sua história individual, a criança mais
cedo ou tarde fará sua ligação do cotidiano e suas inferências.
O mais importante é o professor estar bem preparado para ser o mediador entre o leitor e o livro literário. É preciso mostrar para o seu aluno o quanto é importante que após a leitura de qualquer texto que seja, que ele tenha uma opinião formada.
A participação da família se torna
importantíssima na formação desse leitor, a participação do pai ou mãe
juntamente com a escola fortalece muito mais essa interação, deixando a criança
encorajada, de forma que ao ler determinado texto a sua opinião seja ouvida,
que não é apenas o professor que tem a resposta certa e sim que ao ler, ele também
terá sua opinião válida.
Portanto, o professor tem que ser o mediador dessa
formação do leitor
literário, que carrega uma obrigação de estar sempre
pesquisando
e principalmente lendo, pois com isso, ele passará aos seus
alunos
e futuros leitores a percepção
de que ler é uma coisa boa e não apenas
uma
obrigação escolar.
Um leitor competente é alguém que, por iniciativa própria, é capaz de selecionar, dentre os trechos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a uma necessidade sua. Que consegue utilizar estratégias de leitura adequada para abordá-los de forma a atender a essa necessidade.
Ainda acabo fazendo livros onde
nossas crianças possam morar.
(Monteiro Lobato)
Óculos de leitura: A literatura e os leitores jovens
A literatura é movida por saberes, contratos, pactos que se manifestam na vida social e é por meio deles que ela circula e se sustenta. Viver, por exemplo, em um bairro com biblioteca, livraria ou mesmo banca de jornais já faz diferença para os leitores e os caminhos que podem percorrer. Compreender classificações de gênero, reconhecer hierarquias de valores das obras, participar de circuitos de circulação dos livros, entre tantos outros aspectos que se ligam à vida da literatura, são também habilidades que se aprendem na escola.
A literatura, quaisquer que sejam os públicos leitores – crianças, jovens ou adultos –, deve ser estudada ao lado de outras produções culturais. Apresente aos alunos os estilos literários de poetas, romancistas, contistas, cronistas e mostre-lhes os circuitos de circulação de seus poemas , romances, contos, crônicas, quem sabe usando, além dos livros didáticos, jornais, revistas (impressos e digitais), filmes e outros meios audiovisuais que, em dobradinha com os livros, levem à apropriação dos textos literários.
A literatura é movida por saberes, contratos, pactos que se manifestam na vida social e é por meio deles que ela circula e se sustenta. Viver, por exemplo, em um bairro com biblioteca, livraria ou mesmo banca de jornais já faz diferença para os leitores e os caminhos que podem percorrer. Compreender classificações de gênero, reconhecer hierarquias de valores das obras, participar de circuitos de circulação dos livros, entre tantos outros aspectos que se ligam à vida da literatura, são também habilidades que se aprendem na escola.
O “crescimento” dos leitores não
corresponde exatamente à faixa etária, mas ampliação de repertórios de
leitura literária construídos desde a infância, passando pela adolescência
e chegando à juventude, de acordo com interesses múltiplos que abrangem os
formais, os de gêneros, os de temáticas preferidas, sem rupturas nitidamente
demarcadas que separariam essas fases da vida em etapas estanques.
É ainda possível chorar sobre as páginas
de um livro, mas não se pode derramar lágrimas
sobre um disco rígido."
- José Saramago -
Ler é conhecer lugares que nunca esteve, é viver coisas do passado ou mesmo
vislumbrar junto com personagens um futuro. Lembrem-se, o aprendizado da
leitura é um processo infinito que é configurado pelo contato com livros.
A prática da leitura faz do leitor buscar cada vez mais
complexidade para o crescimento de nossa capacidade de
interpretação e abstração. Na leitura identificamos
personagens, lugares e diversas estórias.
Tutora
Maria Rosa