domingo, 29 de dezembro de 2013

RELATÓRIO - Prática Pedagógica Interdisciplinar IV

                   

     Relato de experiência apresentado ao Curso de  Licenciatura Plena em Letras 
                  Português  pelas acadêmicas, Taiane, Eleuza, Vinoran, Mônica e Evilânia,
                   como requisito parcial para obtenção de nota da disciplina Prática Pedagógica Interdisciplinar IV da Universidade Estadual do Piauí / EaD/UESPI

Orientadora: Tutora a distância Maria Rosa 


Escrever é doar ao mundo aquilo que existe 
dentro do seu mundo".


Introdução

O estágio supervisionado de observação realizado no decorrer da disciplina Prática Pedagógica Interdisciplinar IV teve como objetivo principal analisar a leitura literária na escola e suas implicações para o processo de formação do leitor.
Esta prática foi realizada em turmas do Ensino Médio na Unidade Escolar Hermínio Barreira - UEHB, em São Gonçalo do Gurguéia- PI.
O período de observação possibilitou a verificação e reflexão dos métodos utilizados no incentivo à leitura. Além da observação das aulas, foi aplicado um pequeno questionário para saber como a professora trabalha a disciplina Literatura.
O desenvolvimento desta prática é de fundamental importância para a formação dos alunos do curso de Letras /Português, pois, refletir acerca da natureza e do papel do texto literário na formação do leitor é indispensável.
De fato, é o texto literário que possibilita ao leitor mergulhar no universo ficcional; identificar-se com personagens, fatos históricos e culturais; vivenciar injustiças sociais; conhecer lugares e épocas anteriores ao seu nascimento; experimentar a catarse e, quando voltar à tona, encontrar-se numa terceira margem, da qual poderá rever-se, ampliando seu conhecimento de mundo e de si mesmo.
As práticas de leitura literária devem priorizar a interação do leitor com o texto e parte do horizonte de expectativas do aluno na seleção de obras. Isso motiva o aluno a viver a leitura como um momento de interação com o texto, ao apresentar obras com as quais ele pode se identificar e permitir que atribua sentidos a partir de suas vivências; instrumentaliza o aluno para outras leituras, pois enfoca a estrutura e o funcionamento dos textos artísticos, contribuindo para o desenvolvimento de competências de leitura e escrita dos alunos; estimula o hábito da leitura, ao proporcionar a aproximação entre alunos e textos literários; e contribui para a formação de cidadãos, ao colocar o estudante em contato com o conhecimento humano e linguístico presente na obra literária.
Como escrevia Jacinto do Prado Coelho, "não há disciplina mais formativa que a do ensino da literatura. Saber idiomático, experiência prática e vital, sensibilidade, gosto, capacidade de ver, fantasia, espírito crítico - a tudo isso faz apelo à obra literária, tudo isto o seu estudo mobiliza". Portanto, o contato dos alunos com a Literatura deve ser profundo e significativo, a ponto do aluno perceber as outras funções da literatura.


Desenvolvimento

A Unidade Escolar Hermínio Barreira, localizado no bairro Sol Nascente, Centro, S/N – CNPJ. 07.841.021.0001/89, possui 07 salas de aulas, 01 diretoria, 01 cantina completa, 02 banheiros para os alunos e 01 para os funcionários, 01 bebedouro, 01 geladeira na secretaria, 02 armários e 03 fichários, 01 data show para aulas diferenciadas, ventiladores em todas as salas, 01 laboratório de informática tendo 10 computadores, com ar condicionado no mesmo, 01 laboratório de ciências e tecnologias, 01 computador administrativo.
Quanto ao quadro de funcionários da escola, 01 diretora, 01 coordenadora, 01 supervisora, 01 secretário, 13 professores, 231 alunos. Na escola existe um ambiente bom entre os funcionários e alunos, a diretora tem um ótimo autocontrole com os servidores e alunos, uma favorece que a escola tenha um bom desempenho.
A escola procura desenvolver atividades tais como: palestras, reuniões, ações solidárias, atividades culturais, formaturas... com o objetivos de manter um bom relacionamento e integrá-la, envolvendo a participação dos pais na vida escolar dos filhos.
Na Escola, o Conselho Escolar formado por representantes de todos os segmentos, os quais atuam junto com a Direção da escola. A Gincana Estudantil é uma das formas de organização dos educandos onde a escola oportuniza o desenvolvimento de lideranças, realizando um trabalho voltado ao lazer, cultura e esporte.
No que se refere ao espaço de reflexões dos alunos, é oportunizado aos mesmos, momentos de vivencia através de palestras, programações especiais que tragam mensagens que vão ao encontro do que a escola se propõe a desenvolver. Quanto aos momentos de reflexões que envolvem toda a comunidade escolar, são feitas reuniões, onde se discutem assuntos referentes à aprendizagem dos alunos. Busca-se reunir forças entre família e escola com o objetivo de melhoria na educação. A escola tem como filosofia Espírito de liderança e responsabilidade, pois acredita-se que a responsabilidade fornece condições para as mudanças, crescimento e transformação, visando o crescimento integral do ser humano.
Quanto ao ensino da leitura literária nota-se que enfrenta muitas dificuldades. Primeiro, a biblioteca existente é mal equipada tanto em termos de acervo quanto ao espaço físico. Este fato, por si só, dificulta a formação de leitores já que o ambiente escolar deve disponibilizar um ambiente propício à prática da leitura e obras dos mais variados gêneros para que possa atender os anseios e interesses dos alunos.
Outro fator que inibe a formação de leitores é a utilização do texto literário para o ensino dos conteúdos programáticos determinados pelos programas curriculares. Portanto, O ato de ler deve, necessariamente, estar desatrelado de qualquer obrigatoriedade, tarefa ou avaliação ortodoxa imposta pelo professor-currículo.
A partir da observação da realidade escolar quanto ao ensino da leitura literária, sugere-se prática alternativa de formação de leitores:
O professor deve se preocupar com a criação de projetos de leitura que devem ser desenvolvido junto aos alunos, que deverão participar ativamente desde o processo de seleção dos livros que serão utilizados até a efetivação do projeto. Podendo sugerir um nome a esta prática de acordo com a criatividade da turma. Os alunos terão a oportunidade de apresentar, aos colegas, textos que consideram interessantes e de diferentes gêneros. Poderão contar piadas, recitar poesias, contar lendas, fazer dramatizações de textos literários, fazer exposições, entre outras práticas que despertem o desejo pela leitura. Esta prática visa a criação e o cultivo de vínculos entre leitor e literatura e poderá ser realizada. Esta prática poderá ser realizada várias vezes por mês dependendo do interesse do professor, do desempenho dos alunos e do calendário escolar.
O professor, também, deve está ciente que as práticas de leitura podem potencializar ou inibir o despertar do prazer pela leitura:

Práticas de leitura que potencializam o despertar do prazer de ler
Práticas de leitura que impedem o despertar do prazer de ler
Ø  A prática de leitura deve ser concebida como uma atividade livre; estar desatrelada de qualquer obrigação, tarefa ou avaliação ortodoxa;
Ø  Oportunizar o contato do aluno com diferentes gêneros literários;
Ø  O aluno deve ter o direito de escolher o livro que deseja ler, que atende melhor seus anseios e interesses.
Ø  Utilização do texto literário para o ensino dos conteúdos programáticos determinados pelos programas curriculares;
Ø  Práticas de leitura rotineiras ( assentadas em leituras, interpretações, questionários pré-definidos, produções textuais e correções direcionadas e autorizadas).

 Reflexão sobre o discurso da professora em sala de aula

A professora afirma ser apaixonada por Literatura e lamenta o fato desta disciplina não ser trabalhada desde as séries iniciais, pois, contribui bastante para o desenvolvimento intelectual do aluno.
Destaca a importância da Literatura na formação do leitor, mas, reconhece que, na maioria das vezes, o ensino dos textos literários é utilizado com o propósito de explorar termos estruturais e gramaticais. E ressalta que na maioria das vezes, ou na sua totalidade, os livros didáticos dispõem os textos literários, como pretexto, para trabalhar os aspectos gramaticais.
Outra dificuldade enfrentada pela professora refere-se ao acervo literário e inexistência de uma biblioteca propícia à prática de leitura. Comenta a dificuldade que enfrenta, e diz, também, que os alunos recorrem a resumos da internet por não terem obras literárias à disposição.
No processo de formação de leitores afirma ser, apenas, uma mediadora tendo como principal papel despertar o desejo e o prazer pela leitura. “Para formamos leitores devemos propiciar condições para que eles se formem, ou seja, cultivar a leitura; e deixar que os leitores, por meio de sua criatividade e disponibilidade, façam sua escolha.”
Percebe-se que apesar das dificuldades, a professora demostra prazer pela Literatura e atua com muita dedicação.


Considerações finais

O período de observação nos proporcionou um contato direto com a realidade escolar quanto às práticas de leitura literária; levando-nos a refletir um pouco mais acerca do papel da escola na constituição de sujeitos-leitores.
Percebe-se que a questão da formação de leitores ultrapassa “os muros da escola” e pressupõe uma análise apurada do contexto brasileiro; traduzem-se na falta de condições políticas, sociais e econômicas capazes de promoverem o acesso à leitura e a formação de leitores brasileiros. Entretanto, a escola deve oportunizar situações nas quais os alunos possam pensar e discutir o livro em suas mais variadas nuanças e desdobramentos, contextualizando suas leituras com o mundo que os cerca.
Percebemos que temos um caminho árduo a trilhar, se quisermos usar o texto literário na escola como algo prazeroso, que forma leitores “para toda a vida”.

A n e x o s

Questionário

1-                 Qual o seu nome e por que escolheu ministrar aula de Literatura?
Eu m chamo Edigessa do Lago Siqueira e trabalho com Português a mais de 8 anos.
2-                 Que tipo de material didático você utiliza nas suas aulas? O material foi preparado por você ou adota algum livro didático? Que tipo de material a escola oferece? Todos os alunos tem acesso ao material didático? Poderia fazer um comentário sobre o material didático apresentado?
Em sala de aula eu utilizo vários tipos de materiais... Desde material didático material preparado por mim e pelos os alunos. O material que a escola oferece é bom e todos os alunos o tem. É um  material rico e que pode ser explorado pelo professor para se obter êxito nas aulas.
3-                 Você participa de algum projeto especifico na instituição que atua? Há projetos de outros professores? Pode nos falar um pouco sobre esses projetos?
A Unidade Escolar Hermínio Barreira desenvolve alguns projetos: um foi desenvolvido recentemente, um projeto de matemática, aliás, um projeto nas áreas das exatas e todos os professores participaram.
4-                 Você encontra dificuldades no trabalhe em equipe? Há dificuldades na região em que você atua como professora? Poderia comentar?
Na nossa escola é muito comum se realizar trabalhos em equipes e eu como educadora não tenho nenhuma dificuldade em executá-lo em equipe. Sou comunicativa dinâmica. Enfrentamos alguns problemas para realizar os trabalhos, mas nada que não seja contornado.
5-                 Você enfrenta dificuldades junto aos alunos? De que natureza?
Se eu falar que como professora eu não tenha encontrado nenhuma dificuldade com os alunos em sala aula de aula estaria mentindo. Mas como já falei não há nada que não seja resolvido.
6-                 Quais são as principais dificuldades encontradas em sua experiência profissional? Há dificuldades especificas de Ensino Médio? Pode fazer comentários sobre as experiências?
Trabalho em sala de aula há 8 anos e tenho passado por poucas e boas. Mas o que é interessante é que eu sou muito apaixonada pelo meu trabalho com jovens de Ensino Médio. E falo com segurança que todas as dificuldades que eu já passei na educação não está relacionada ao Ensino Médio.
7-                 Há um professor de Literatura ou está inserida na disciplina de Língua Portuguesa?
A disciplina Português andou por muito tempo desfragmentada, mas graças  algumas mudanças adotadas por escritores capacitados, hoje Literatura, Gramática e Redação andam juntos.
8-                 Fale um pouco sobre sua experiência em aulas de Literatura
Ah! Minha experiência com Literatura é um mito. Eu não suportava a ideia de ser professora de Português. Mas para minha surpresa formei-me  na área  e hoje atuo com muita dedicação.
9-                 Você segue o planejamento ou dependendo dos questionamentos dos alunos a Literatura surge a qualquer momento?
Nós seguimos o livro. Ele já vem com uma sequência e pelo bem da turma seguimos essa sequência.
10-             Que análise você como professora faz do ensino da Literatura na educação básica e como ela deve ser ministrada?
É pena que ela não seja trabalhada desde as seres iniciais. Pois, a Literatura assim como a Filosofia, Sociologia, Historia e outras disciplinas na área das humanas ajudam e muito no desenvolvimento intelectual do estudante.


 BIBLIOGRAFIAS

BRASIL, Secretária de Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/ SEF, 1998. v2.p.17-28.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei nº. 9.394/96.

CARDIA N. A. Violência Urbana na escola: Contemporaneidade educacional. v2 1994. p.48.

DELORES, Jacques (org) Educação: Um tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco da comissão internacional sabre educação para o século XXI. São Paulo. Cortez/Brasília / MEC/Unesco, 2002. Capitulo II.

DEMO – Pedro. Aprender: O desafio reconstrutivo. Boletim técnico do SENAC. Rio de Janeiro. V 24. nº 3,7,10, 1998.

FREIRE. Paulo. Educação em Mudança. Petrópolis: Vozes. 1984. p.25.

 _____________ A importância do ato de ler: em três capítulos que se completam. 35. ed. São Paulo: Cortez 1996. p.145.




O estágio como experiência é uma oportunidade de aprofundar os conhecimentos 
e a capacidade criativa na resolução dos impasses
encontrados durante os estudos. 

Parabéns ao grupo pelo excelente trabalho

Tutora
Maria Rosa


sábado, 14 de dezembro de 2013

ESCRITORES DA LIBERDADE...> O papel do diálogo na construção do conhecimento

                         
Emociona e, com certeza,  faz-nos rever a prática pedagógica 
que fazemos no cotidiano da sala de aula.

Uma jovem e idealista professora chega à uma escola de um bairro pobre, que está corrompida pela agressividade e violência. Os alunos se mostram rebeldes e sem vontade de aprender, e há entre eles uma constante tensão racial. Assim, para fazer com que os alunos aprendam e também falem mais de suas complicadas vidas, a professora Gruwell (Hilary Swank) lança mão de métodos diferentes de ensino. Aos poucos, os alunos vão retomando a confiança em si mesmos, aceitando mais o conhecimento, e reconhecendo valores como a tolerância e o respeito ao próximo.


                               

O filme conta a história da professora Erin Gruwell que começa a dar aulas em uma turma
 de alunos problemáticos que são divididos em gangues e etnias.
 A classe era uma mistura de Afro-americanos, de Latinos, 
de Cambojanos, de vietnamitas, entre outros, muitos dos quais
 cresceram em vizinhanças agressivas e participavam de gangues 
de Rua em Long Beach.
A professora novata decide ajudá-los, mesmo não
 contando com a ajuda dos outros professores e
 da direção da escola.

Erin Gruwell começou a fazer algumas atividades na tentativa de envolver os alunos a fim de que estes se identificassem e tivessem maior interesse pelas aulas. Ela criou um projeto para que seus alunos lessem “O Diário de Anne Frank” e que, após a leitura, fizessem seu próprio diário, contando tudo que quisessem: seus sentimentos, pensamentos, o que já havia se passado na vida deles, o que sonhavam. Ao ler os diários, Erin reforçou a ideia de não desistir de seus alunos e como a escola não emprestaria nenhum livro a eles, ela arrumou um segundo emprego para comprar os livros e depois um terceiro emprego para pagar as viagens culturais com a classe.

Depois que os alunos leram o livro “O Diário de Anne Frank”, ela pediu que eles escrevessem uma carta para a mulher que protegeu 
Anne Frank. Os alunos ficaram empolgados e arrecadaram
 fundos para pagar as despesa .
 Os alunos uniram suas histórias e fizeram um livro.


O surpreendente deste filme não é somente o fato de ser baseado em fatos reais, mas a profundidade da reflexão que nos remete a história da educadora que fez a diferença, e dos educandos, que tanto ensinaram e aprenderam.

Disposta a superar os desafios, a professora inexperiente, porém cheia de convicções,  luta contra um sistema tradicionalista de ensino, contra uma direção e colegas fechados, dispostos a continuarem sua prática meramente bancária.
Como se não bastasse à classe em que deve atuar é composta de alunos problemáticos, com histórico de violência e indisciplina.

Com a intenção de fazer o seu trabalho da melhor maneira possível, a professora enfrenta as dificuldades a fim de concretizar seu objetivo. Com paciência e competência, ela faz o que poucos se atreveriam, e de uma maneira empolgante, envolve os alunos e lhes ensina o poder do coletivo. E o grupo que antes se dizia dividido, une-se para viver uma experiência que ganharia o mundo todo.

Através do filme é possível vislumbrar o fazer com excelência, 
e a paixão que existe em alguns educadores.
É um filme que deve ser visto por todos e obrigatoriamente 
por cada educador, a fim de que reflita sobre sua prática 
e sobre o sistema não só de ensino, mas de sociedade a que
estamos inseridos. São muitas histórias resumidas neste trabalho, 
e a certeza de que é possível, sim, fazer a diferença onde estamos.



SUGESTÃO DE ATIVIDADE

Após assistir Escritores da Liberdade, vamos analisar o filme.
 1 - Onde se passa a história narrada pelo filme?
 2 - Quando ela acontece?
 3 - Quem são os personagens envolvidos?
 4 - O que a personagem principal faz para mudar a situação?
 6 - Qual a lição do filme para você?
 7 - Destaque a parte do filme que mais lhe chamou a atenção. Por quê? 
 8 - Você conhece alguém que vive o drama daqueles personagens?
 9 - Você seria capaz de ajudar um colega na situação dos alunos do filme?
10- Conte o filme “Escritores da Liberdade” no mínimo 15 linhas.


 Resumo do Filme “Escritores da Liberdade”

O filme “Escritores da Liberdade” é baseado em fatos reais e narra a história de vida da professora estadunidense Erin Gruwell (Hilary Swank) a partir do ano de 1994, ao começar a lecionar para a turma 203 do 2º grau no Colégio Woodrow Wilson, na cidade de Long Beach, Califórnia. Após sua primeira aula, Erin Gruwell percebe que a educação na escola Woodrow Wilson não era como ela tinha imaginado. Sua turma assim como toda a escola é racialmente dividida em gangues, e muitos dos estudantes já estavam envolvidos e expostos a violência de gangues, detenção juvenil e desinteresse pelos estudos já que tudo que aprendiam era nas ruas. Mesmo um pouco decepcionada ao descobrir o desinteresse dos alunos pela sua aula, a professora Gruwell não desiste e tenta superar as barreiras ali encontradas. Professora G, como é chamada pelos alunos, procura conhecer características que sejam comuns à vida de seus alunos e as começa a utilizar para lhes ensinar a sua matéria (Inglês), procurando assim fazer com que eles se interessem um pouco mais. 24.

A professora Gruwell propõe a seus alunos algumas atividades que acabam tocando suas consciências. Dentre as propostas de Gruwell para seus alunos, está a escrita de um diário e a leitura do livro “O Diário de Anne Frank”, o qual retrata a questão do holocausto, a discriminação racial e social. Na proposta da escrita do diário a atividade sugere que os alunos da sala 203 contando tudo que queiram, desde os seus sentimentos, pensamentos, o que já havia se passado na vida deles, até o que sonhavam. A atividade do diário é de escolha dos alunos e deveriam decidir também se autorizariam a leitura da professora, caso a autorizassem deveriam deixar seus diários em um armário na sala de aula, destinado somente para esta finalidade. Para surpresa da professora Gruwell todos os seus alunos deixaram seus diários para que ela lesse, e assim passou a conhecer mais da realidade de seus alunos e isso apenas reforçou sua decisão de não desistir deles. Ao poder conhecer um pouco da realidade de seus alunos a partir da leitura de seus diários, Erin Gruwell planejou atividades em sala que fizessem com que seus alunos reconhecem que são semelhantes uns aos outros e assim pôde aproximá-los quebrando com o preconceito que existia entre eles.

Após a leitura do “O Diário de Anne Frank”, a professora pediu como trabalho, que escrevessem uma carta para Miep Gies, mulher que protegeu a família de Anne Frank dos nazistas no período da Segunda Guerra Mundial, falando sobre o que acharam do livro, imaginando que esta carta chegaria até ela.  Os alunos empolgados têm a ideia de realmente mandar estas cartas. Deste modo, eles mesmos angariam fundos para pagar todas as despesas que fossem necessárias para que pudessem conhecer a protetora da família Frank

Foi estudando a história do holocausto que a turma 203 passou de guetos para uma família sem preconceitos, onde se sentiam bem e felizes. E foi diante do clima de bem estar comum, comunicação e reciprocidade que os alunos foram estimulados a aprender. Não era de conhecimento dos alunos que a professora Gruwell não os lecionaria na terceira e nem a quarta série, e que o primeiro e o segundo ano seriam os anos que estudariam com ela. 

Todos da turma 203 ficam muito descontentes por acharem que sem a professora Gruwell acabariam voltando a serem como eram antes. Assim, pediram à professora que insistissem com autoridades da educação para que ela recebesse permissão para continuar a lecionar para eles. O que conseguiram após muito esforço e contra gosto da direção do colégio Woodrow Wilson. A professora Gruwell ao persistir na melhora na qualidade ensino, no estímulo ao aprendizado de seus alunos, conseguiu estabelecer vínculos e trazer significado a vida de todos da turma 203. Desmentindo os como os alunos problema no qual nunca teriam jeito, para alunos que se formaram com acesso a universidade.

A partir de grandes temas históricos, em sala de aula, faz-se necessário, 
assim como fez a professora Erin, debater a questão do aluno
 como sujeito histórico. Não é mais possível, nos dias
 de hoje, realizar debates em sala de aula sem fazer
 a relação com o cotidiano do qual
 os alunos fazem parte.

Muitas vezes a realidade que os jovens vivem em casa, como a violência doméstica, as drogas , a prostituição, o desemprego entre outros fazem com que eles procurem uma solução nas ruas e lá se envolvem em situações cruéis, como exemplo, as gangues mostradas no filme.

Outro fator importante e discutido nos dias atuais é o Bulling. Esse tipo de violência 
tem se tornado constante nas escolas, sendo caracterizado como 
um fenômeno mundial. O problema é que esse tipo de 
fato tem afetado psicologicamente nossos alunos ocasionando 
não só revolta e até mesmo massacres e assassinatos 
(como é visto nos canais de televisão). 
Por outro lado, outros cometem suicídio.

  
 Em Escritores da Liberdade, podemos discutir discriminação racial, 
violência, guetos, gangue  no qual a nossa sociedade, 
nossos alunos estão expostos

Tutora 
Maria Rosa

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Prática Pedagógica Interdisciplinar IV - Disciplina do Bloco V


LITERATURA NA FORMAÇÃO DO LEITOR

"Quem me dera fossem minhas palavras escritas. 
Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro 
e com chumbo.Para sempre fossem esculpidas na rocha! 
 (Jó 19:23/24)

O que é ...o que é...
Leitura? Leitor? Literatura? 

“As coisas que a literatura pode buscar e ensinar são poucas, mas 
insubstituíveis: a maneira de olhar o próximo e a si próprio, de 
relacionar fatos pessoais e fatos gerais (...); a literatura pode ensinar a 
dureza, a piedade, a tristeza, a ironia, o humor e muitas outras coisas 
assim necessárias e difíceis. (Italo Calvino)

Literatura é arte, poesia, cultura, sonho, realidade...
 É o desafio de transformar o comum em belo e tornar
 o inatingível em atingível.


O autor Antônio Cândido denomina literatura de forma simples e total. - Ele a vê como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos. 

Chamarei de literatura de maneira mais ampla possível, todas as criações de toque poético, ficcional ou dramático em todos os níveis de uma sociedade; em todos os tipos de cultura, desde o que chamamos de folclore, lenda, chiste, e até as formas mais complexas e difíceis da produção escrita das grandes civilizações. (CANDIDO,p,112, 1989)


LEITURA

Gostar de Ler, ter prazer com a leitura, entregar-se a uma viagem pelos livros... são expressões que nos inspiram sentimentos semelhantes. Fazem pensar que a leitura é um processo que depende apenas de uma vontade inicial ou uma experiência vivida de forma livre, espontânea, que, para acontecer, precisa apenas de dois elementos: o livro e o leitor.

A tarefa de formar leitores supõe um trabalho permanente que supera 
o circunstancial e implica num acompanhamento contínuo. 
Um trabalho que requer a definição de objetivos, o planejamento
deestratégias, a avaliação permanente das ações, a revisão
 contínua dos objetivos iniciais, seja para reafirmá-los ou para
 ajustá-los à realidade e assim concretizar novas estratégias
 necessárias para a consecução das metas traçadas”.

O próprio ato da leitura consiste em aprender a perguntar. Lendo,
 estamos automaticamente perguntando a nós mesmos, ao livro, 
à linguagem, à cultura, a tudo e a todos, estamos formulando
 perguntas que nem sempre temos ocasião de fazer, que nem
 sempre temos consciência de que precisamos fazer.
 (Elogio da leitura)

Como se tornar um leitor? Só lendo!

Essa estimulação deve partir sempre da valorização do conhecimento de mundo que as crianças têm.  Numa sala heterogenia, há que se esperar todos os tipos de 
situações que o aluno traz. Essas situações devem ser valorizadas para 
que ele possa construir significado. Caso contrário, incorremos no
 erro de perder tempo passando informações que, para
 eles, não têm valor nenhum. Construir significado deve ser o
 objetivo de uma aula de leitura. 
Com certeza, essa aula vai ter um gosto de
 “quero mais”.


A leitura é a base de toda educação e uma habilidade importante para o desenvolvimento pessoal e profissional. Além de aumentar seu conhecimento, a leitura fortalece suas habilidades em gramática e alarga seu vocabulário. Mas, muitas vezes, ler pode ser algo difícil e cansativo, transformando-se até mesmo em frustração. As habilidades de uma pessoa na leitura, como a compreensão e velocidade, são diretamente relacionadas aos seus hábitos de leitura. Alguém que costuma ler raramente não terá facilidade em leituras mais complexas e que exigem maior concentração. 

Propósitos para uma boa Leitura



CONCEPÇÕES DE LEITURA E O DESAFIO DE SER LEITOR

Há três concepções de leitura:

A leitura é entendida como processo de decifração da escrita. Ler é identificar sinais gráficos, o som e o sentido. Nesta concepção, a leitura é a decifração da escrita. MARTINS (1982, p.9) a define “ como um gesto mecânico de decifrar sinais.

A leitura é entendida como processo de compreensão, adotando aspectos cognitivos pelos quais extraímos o sentido do texto. A leitura deixa de ser um objeto mecânico. Nesta concepção o processo de leitura extrapola o processo de decifrar explorando também a cognição.

A  leitura é vista como um processo de interpretação. É um fenômeno social. Ler é interpretar com os próprios olhos, a partir de uma perspectiva e da experiência pessoal.




Literatura na Formação do Leitor

Segundo Sonia Kramer, é importante observar a distinção entre vivência e experiência: na vivência, há mera reação aos choques da vida cotidiana, a ação se esgota no momento de sua realização (por isso é finita); na experiência, o que é vivido é pensado, narrado, a ação é contada a um outro, compartilhada, se tornando infinita. Esse caráter histórico, de ir além do tempo vivido e de ser coletivo, constitui a experiência. Mas o que significa entender a leitura e a escrita como experiência? (…) Quando penso na leitura como experiência (…) refiro-me a momentos em que fazemos comentários sobre livros ou revistas que lemos, trocando, negando, elogiando ou criticando. O que faz da leitura uma experiência é entrar nessa corrente onde a leitura é partilhada. Leitura deve ser acompanhada de prazer.

                         

No Brasil, ocorrem problemas no que se refere à constituição de sujeitos leitores. O hábito e o prazer de ler estariam, desta forma, sofrendo sérias restrições.


Formamos leitores ou eles se formam?

O desenvolvimento do gosto/prazer pela leitura, visando à formação integral do leitor, tornou-se um constante desafio, difícil de superarmos em função, sobretudo, de práticas de leitura desiguais, no que diz respeito ao acesso e às formas de se conceber e de se produzir a leitura.

Saber ler não é suficiente para transformar uma nação. 
É preciso ler mais.
E leitores são formados, basicamente, com literatura. Isso porque a literatura é a palavra expressa em arte, alimento essencial do imaginário.”


Para formarmos leitores, precisamos ter prazer; o prazer da audição, de se encontrar consigo mesmo, de ser ator e espectador, mesmo que ela ainda não saiba ler. Daniel Pennac, em seu livro Como Um Romance, revela-nos os dez direitos imprescritíveis de um leitor:

 1. O direito de não ler.
 2. O direito de pular páginas.
 3. O direito de não terminar um livro.
 4. O direito de reler.
 5. O direito de ler qualquer coisa.
 6. O direito ao bovarismo (doença textualmente transmissível).
 7. O direito de ler em qualquer lugar.
 8. O direito de ler uma frase aqui e outra ali.
 9. O direito de ler em voz alta
10. O direito de calar.


É importante que esses direitos estejam incorporados às práticas cotidianas do leitor, propiciando-lhe informações culturais e oportunidade de se apaixonar pelas leituras e pelos livros, dando alimento à sua imaginação. Proporcionando o máximo de conforto e liberdade, pretende-se despertar o desejo e o prazer de ser um verdadeiro leitor.



Portanto, no processo de formação de leitores, estes SE FORMAM, 
a partir de sua realidade local, do papel fundamental 
desempenhado pelo contexto e pelas experiências 
prévias na constituição do leitor

Não compete à escola didatizar a leitura, quando empreende a tarefa de formação de leitores, também não lhe deve competir a de pedagogizar o texto literário, muito menos a de encerrá-lo apenas nos muros dos livros didáticos. Em outras palavras, livros à mão cheia é o que a escola precisa cultivar, e deixar que os leitores, por meio de sua criatividade e disponibilidade, façam as suas escolhas!

Fechado, um livro é literal e geometricamente um volume, 
uma coisa  entre outras. Quando um livro é aberto e
 se encontra com o seu  leitor, então ocorre o fato
 estético. Deve-se acrescentar que um mesmo
 livro muda em relação a um mesmo leitor, 
já que mudamos tanto.

Grande parte das crianças e dos jovens só tem acesso a livros de literatura quando ingressa na escola. Cabe, então, a esses espaços de leitura a promoção de condições que possibilitem o contato pleno com os livros, preparando o caminho para a leitura literária que se quer ampliada a cada ano da escolaridade. Sabe-se que essa preparação é fundamental para o prosseguimento do gosto pela leitura literária nos anos seguintes ao da formação inicial

Cabe a nós, estarmos conscientes da importância da Literatura, é nosso papel de amparar, reerguer, reavivar os sentimentos, valores e atitudes que poderão renovar a confiança em dias melhores.Várias são as formas de reconduzir o barco da Literatura na direção do sucesso da aventura humana, uma delas é lançando um olhar mais atento às grandes histórias e seus ensinamentos com maior competência.

De um modo geral, as obras literárias têm como uma de suas peculiaridades a capacidade de romper a barreira do tempo e do espaço, preservando uma impressionante atualidade. Os grandes clássicos da Literatura, por exemplo, recebem essa denominação por retratar em suas narrativas, grandes questões universais com a habilidade, o talento



O gosta pela leitura vem de um processo que se inicia no lar. 
Mesmo antes da aprendizagem da leitura, a criança
 aprecia o valor sonoro das palavras
Aprende a Gostar

Segundo Paulo Freire (1981), o ato de ler é importante, pois demonstra uma maneira particular de ler o mundo. A maneira como enxergamos o mundo se modifica quando adquirimos o hábito da leitura, pois a leitura verdadeira é a que relê a realidade, ou seja, revela uma visão crítica sobre o mundo. A leitura do mundo não surge com a prática de leitura de textos, a leitura do mundo como dizia Paulo Freire (1981) antecede a leitura da palavra. Assim, antes mesmo de alguém ler uma palavra, já existe uma leitura de mundo que irá basear a leitura da palavra.

Já disse Orlandi (1996) citando Rimbaud “que todo texto pode 
significar tudo, há uma determinação histórica que faz com que só alguns 
sentidos sejam 'lidos' e outros não”. Com isso, podemos entender que
 essa determinação histórica é a cultura que transforma nossos olhos em 
grandes lentes no qual enxergamos o mundo. 


Para amar um livro e a leitura é necessário que aquela leitura “toque” o leitor em algum momento, para isso ocorrer deve fazer relação com sua vida. O leitor só passará a se apaixonar pelos livros a partir do momento que isso lhe suscitar emoções, ou seja, uma leitura sem sentido, somente para realização de provas não forma leitores. 
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A melhor maneira de começar a sonhar é por meio dos livros...


Leitores e Literatura na Escola

Como pensar as relações entre literatura e escola em tempos como os nossos?
É possível (e mais: é desejável) potencializar a 
literatura na formação de crianças 
e jovens, pela via educacional?
Que mudanças são necessárias? 
O que sabemos, podemos e queremos em 
relação às práticas escolares
 atinentes à literatura? 
Qual o papel da literatura na educação e, particularmente, na escola? 

Nas últimas quatro décadas, tem havido intensa discussão sobre literatura e educação e uma crítica ferrenha às práticas escolares de (não)leituras literárias. 

Ao contrário do ensino de língua — que, aos poucos, vai se renovando —, a literatura na escola resiste às mudanças e se vê relegada a lugar secundário e sem força na formação das crianças, dos adolescentes e dos jovens. O que se ensinaria se de fato se “ensinasse literatura”? 

O que se ensina hoje na escola quando se ensina literatura, tendo como premissa que, quando dizemos “literatura”, estamos pensando no texto literário e não em outra coisa — 




Como virar um leitor

Não existe um caminho único para se tornar um leitor literário. Você pode começar
 por textos simples do ponto de vista linguístico e depois passar para os
 mais complexos - ou iniciar por temas próximos e partir 
para os mais distantes. "E há os que preferem os 
grandes desafios desde o princípio porque sabem 
que eles têm algo a oferecer,nem que
 seja a estranheza",

Um bom caminho para alavancar o gosto pelos livros é procurar uma comunidade de leitores (podem ser os professores da escola, os amigos, os parentes - o importante é encontrar gente que goste de ler). Ao compartilhar as impressões sobre uma leitura passamos a saber os significados que a obra tem para os outros, o que enriquece nosso repertório". Outra vantagem desse diálogo permanente é a troca de indicações de textos e autores.


O leitor literário lê por razões variadas: rir, refletir, investigar, 
relembrar, chorar e até sentir medo. 
Lê porque mergulha no que autores e personagens pensam e sentem - 
no passado, presente ou futuro, em lugares distantes ou que nem sequer existem.
Lê porque as narrativas literárias o ajudam a refletir sobre a vida e a 
construir significados para ela.

Um bom leitor para mim é aquele que não se preocupa com quantidade (...) Ele apenas lê e lê por prazer, porque gosta do hábito da leitura, e nunca por obrigação. 


LEITOR, LEITURA E ESCOLA:
 CONCEPÇÕES DE MEDIADORES DE LEITURA 


O espaço escolar não deve ser considerado sozinho como responsável pela formação do leitor, tampouco como único lugar onde haja uma mediação de leitura estimulante, visto que essa mediação pode e deve ser exercida em outros espaços, como o familiar, eclesiástico, empresarial, entre outros. Contudo, ainda se percebe a importância e responsabilidade da escola na formação de leitores, em especial daqueles que não possuem outros modelos de leitura adequados, como os alunos provenientes das classes socioeconomicamente menos favorecidas. 

Acredita-se que “a escola, pelo menos nas últimas 
décadas e para grande parte da população brasileira, 
tem-se constituído na principal via de acesso
 à leitura e à escrita  (...)”. 




A literatura infantil, segundo a teoria da literatura, realiza a função formadora 
do leitor crítico, já que essas obras apresentam qualidade literária, 
e que a partir dessa literatura o leitor vai tomar consciência
 do que é real ou imaginário, e a partir dessa consciência, 
ele vai perceber todas as possibilidades 
existentes em um texto literário


De acordo com Bamberguerd (2000) a criança que lê com maior desenvoltura se interessa pela leitura e aprende mais facilmente, neste sentido, a criança interessada em aprender se transforma num leitor capaz. Sendo assim, pode-se dizer que a capacidade de ler está intimamente ligada a motivação. Infelizmente são poucos os pais que se dedicam efetivamente em estimular esta capacidade nos seus filhos. Outro fator que contribui positivamente em relação à leitura é a influência do professor. Nesta perspectiva, cabe ao professor desempenhar um importante papel: o de ensinar a criança a ler e a gostar de ler..

A convivência da criança com a literatura faz com que seja desde muito cedo adquirido o gosto ou pelo menos o interesse da criança para com a literatura e que com esse despertar surja desde criança um leitor e não um mero reprodutor de textos literários.

A literatura abre possibilidades para a criança ir se constituindo, ao mesmo tempo, alfabetizada e leitora uma vez que respeitando a idade, o ritmo e o nível de
 aceitação da obra, considerando sua história individual, a criança mais
 cedo ou tarde fará sua ligação do cotidiano e suas inferências.

 O mais importante é o professor estar bem preparado para ser o mediador entre o leitor e o livro literário. É preciso mostrar para o seu aluno o quanto é importante que após a leitura de qualquer texto que seja, que ele tenha uma opinião formada
A participação da família se torna importantíssima na formação desse leitor, a participação do pai ou mãe juntamente com a escola fortalece muito mais essa interação, deixando a criança encorajada, de forma que ao ler determinado texto a sua opinião seja ouvida, que não é apenas o professor que tem a resposta certa e sim que ao ler, ele também terá sua opinião válida.

Portanto, o professor tem que ser o mediador dessa formação do leitor
 literário, que carrega uma obrigação de estar sempre pesquisando
 e principalmente lendo, pois com isso, ele passará aos seus 
alunos e futuros leitores a percepção
 de que ler é uma coisa boa e não apenas 
uma obrigação escolar.

Um leitor competente é alguém que, por iniciativa própria, é capaz de selecionar, dentre os trechos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a uma necessidade sua. Que consegue utilizar estratégias de leitura adequada para abordá-los de forma a atender a essa necessidade.

                               




Ainda acabo fazendo livros onde
 nossas crianças possam morar.
 (Monteiro Lobato) 

Óculos de leitura: A literatura e os leitores jovens





O “crescimento” dos leitores não corresponde exatamente à faixa etária, mas ampliação de repertórios de leitura literária construídos desde a infância, passando pela adolescência e chegando à juventude, de acordo com interesses múltiplos que abrangem os formais, os de gêneros, os de temáticas preferidas, sem rupturas nitidamente demarcadas que separariam essas fases da vida em etapas estanques.

É ainda possível chorar sobre as páginas 
de um livro, mas não se pode derramar lágrimas 
sobre um disco rígido."
- José Saramago -


Ler é conhecer lugares que nunca esteve, é viver coisas do passado ou mesmo
 vislumbrar junto com personagens um futuro. Lembrem-se, o aprendizado da 
leitura é um processo infinito que é configurado pelo contato com livros. 
A prática da leitura faz do leitor buscar cada vez mais
 complexidade para o crescimento de nossa capacidade de 
interpretação e abstração. Na leitura identificamos 
personagens, lugares e diversas estórias.

Tutora
Maria Rosa