sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Auto da Compadecida - [Ariano Suassuna]

Baseado em histórias e tradições do Nordeste, os acadêmicos 
do Curso de Letras Português -EaD/UESPI-Gilbués, 
encenam  a obra " O Auto da Compadecida" de Ariano Suassuna.

Os personagens de "Auto da Compadecida" são alegóricos, ou seja, não representam indivíduos, mas tipos que devem ser compreendidos de acordo com a posição estrutural que ocupam. A criação desses personagens possibilita que se enxergue a sociedade de uma cidadezinha do Nordeste. É por isso que a peça pode ser chamada sátira social, pois procura reformar os costumes, moralizar e salvar as instituições de sua vulgarização.



A peça é narrada pelo palhaço e a história se inicia quando Chicó e João Grilo tentam convencer o padre a benzer o cachorro de sua patroa, a mulher do padeiro. Como o padre se nega a benzer e o cachorro morre, o padeiro e sua esposa exigem que o padre faça o enterro do animal. João Grilo diz ao padre que o cachorro tinha um testamento e que lhe deixara dez contos de réis e três para o sacristão, caso rezassem o enterro em latim. Quando o bispo descobre, Grilo inventa que, na verdade, seis contos iriam para a arquidiocese e apenas quatro para paróquia, para que o bispo não arrumasse problemas. 


O Padre duvida se deve ou não abençoá-la por medo do Bispo. João Grilo vai falar com o Padre e lhe diz que quem deseja uma benção para seu cachorro é o Sr. Antonio Morais sabendo que o Padre não ira desapontá-lo, pois é um homem muito rico. Quando Antonio Morais o procura - por que na verdade quer uma benção para o seu filho doente - arma-se a confusão. 


O Bispo vem tomar satisfações com o Padre. Neste meio tempo a cachorra morre e a mulher do Padeiro decide enterrá-la piedosamente. Para convencer o Padre, o Bispo e o sacristão a fazer o enterro, João Grilo inventa um Testamento deixado pela cachorra para os três e consegue um modo de beneficiar-se também do nobre sentimento e feito do animalzinho. Uma vez dada à partilha, todos reunidos - Padre, Bispo, sacristão, Frade, Padeiro, Mulher do Padeiro, Chicó e João Grilo - são roubados por Severino e por outro Cangaceiro e morrem. Exceto Chicó. Encontram-se, então, todos juntos a espera do Juízo Final.



No Juízo, o Demônio apresenta a Jesus os crimes e misérias de todos, num diálogo cheio de vida. Ficam patentes as motivações e intenções de cada um, assim como suas fraquezas e fragilidades. João Grilo percebendo que todos eles serão justa e fatalmente condenados 
apela para a misericórdia.


 É neste momento que a Compadecida entra em cena para interceder por cada uma deles. Há sempre um motivo para justificar as ações de cada um deles, de forma que pela intercessão de Nossa Senhora, todos se salvam


Ouvem-se tiros e uma gritaria do lado de fora, era o cangaceiro Severino. Ele entrou na igreja, roubou o dinheiro e matou o bispo, o padre, o sacristão, o padeiro e a mulher. Na hora de matar João Grilo, este lhe dá de presente uma gaita abençoada por Padrinho Padre Cícero que teria o poder de ressuscitar as pessoas. 



Mas Chicó lembrou que prometeu a Nossa Senhora que se João escapasse
 dessa lhe daria todo o dinheiro. Assim os dois começaram a 
discutir sobre a promessa. Por fim os dois acabaram indo pagar 
a promessa e entregaram todo o dinheiro 
a Nossa Senhora.


Neste tipo de literatura, os criadores contam e recontam as mesmas histórias e acrescentam o seu toque pessoal. Reconhecer esse “toque pessoal” de cada trabalho artesanal, contudo, exige do observador grande atenção aos detalhes. 





Fica patente o cunho de sátira moralizante da peça, que assume uma posição cujo foco está na base da pirâmide social, a melhor maneira de desvelar os discursos mentirosos das autoridades e integrar os homens e mulheres por meio da compaixão, a qual só os desprendidos podem desenvolver. Nesse aspecto, a moral que se depreende da peça é muito semelhante à do cristianismo primitivo, que se baseava no preceito “amai-vos uns aos outros”.

As apresentações teatrais revelaram o talento e a criatividade de todos, 
além de ter proporcionado a integração entre eles . 
O aprendizado sobre ser , conviver e produzir foi de grande valor para ambos. 



Dedico meu abraço e minha alegria a Aldineide, Mariana, 
Laynanda, Givoneth, Tallita, Viviane, Juliana, Heloísa , Dárcio e Wilder
 que foram protagonistas deste trabalho maravilhoso!

Obrigada!
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Tutora 
Maria Rosa

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